quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Touro Nelore selecionado para características de carcaça. Fazenda Providência do Vale Verde, São Miguel do Araguaia - Goiás.



O Nelore no Brasil

Histórico
A raça Nelore tem importante papel no Brasil. Além de ser responsável por aproximadamente 80% de toda a produção de carne do país, também constitui um importante patrimônio para a genética bovina. Apesar das características que o ressaltam, a raça Nelore nem sempre ocupou uma posição de destaque. A raça Nelore, dentre todas as raças indianas introduzidas no país, foi a última que despertou interesse dos criadores no Brasil. Uma das explicações para este fato é que as demais raças indianas apresentam particularidades, como orelhas médias e longas, ao contrário do Nelore. Isso facilitava muito nas primeiras importações, por ser um aspecto morfológico fácil de ser verificado, para diferenciar um animal de sangue indiano de um taurino. As importações de 1930, e especialmente de 1960 a 1962, foram decisivas para o crescimento do Nelore no Brasil. A década de 60 destaca-se pela retomada do crescimento da região oeste do país, e as formações dessa região eram adequadas para que a raça Nelore prosperasse. O comportamento do gado Nelore, como alto instinto de defesa própria e defesa da cria, aliado à partos regulares de bezerros medianos, saudáveis e que se locomovem com o rebanho logo após o parto, determinaram o crescimento da raça em uma escala geométrica, até atingir o indíce que hoje representa.

O padrão de raça Nelore no Brasil
O padrão do gado Nelore brasileiro tende atualmente para o tipo Ongole indiano. A raça nelore se caracteriza, de forma geral, por animais de porte médio a grande, de pelagem branca, cinza e manchada de cinza. Ocorrem ainda, em uma escala bem menor, outras pelagens, diferentes daquelas denominadas "ideais", que são permitidas no padrão da raça. São elas: vermelha, amarela, preta e suas combinações com o branco, formando as pelagens malhadas ou pintadas de vermelho, amarelo ou preto. A pele é preta, rica em melanina, fator que funciona como protetor contra raios solares, de extrema importância para as regiões tropicais e intertropicais. A cabeça é bastante típica, em forma de ataúde quando vista de frente; e, lateralmente, apresenta perfil sub-convexo, principalmente nos machos. Os olhos são elípticos, pretos e vivos. As orelhas são curtas, simétricas entre os bordos superior e inferior, terminando em forma de lança. A face interna das orelhas são voltadas para a frente e apresentam movimentação viva. Os chifres são de cor escura, firmemente implantados no crânio, cônicos e mais grossos na base, de seção oval. Nascem para cima, acompanhando o perfil da cabeça, assemelhando-se a dois paus fincados. Com o crescimento podem dirigir-se para fora, para trás e para cima, ou, curvando-se, às vezes, para trás e para baixo. São permitidos chifres móveis, rajados de brancos, assimétricos ou com pontas ligeiramente curvadas para frente. Nas fêmeas podem se apresentar em forma de lira estreita e alongada, não convergentes nas pontas. A ausência de chifres é permitida, constituindo-se na variação mocha da raça, cujo registro genealógico remonta ao ano de 1961. Nos animais mochos são permitidas a ocorrência de calo ou batoque; respectivamente, um sinal com espessamento da pele, sem pelos e sem protuberância córnea e, um rudimento de chifre. Ambos são observados na região onde naturalmente estariam inseridos os chifres. Os machos apresentam musculatura compacta e bem desenvolvida, com barbela solta pregueada, umbigo curto, bainha e prepúcio leves. As fêmeas apresentam musculatura menos desenvolvida, assim como a barbela. O úbere é pequeno, apresentando tetas de tamanho médio e muito funcional. O cupim ou giba é bem implantado sobre a cernelha, desenvolvido, em forma de rim ou castanha de caju, apoiando-se sobre o dorso nos machos. Nas fêmeas é menos desenvolvido e menos caracterizado quanto à forma e apoio. As vacas adultas medem em média 165cm de comprimento e 155cm de altura de posterior, com pesos que chegam a 800 kg. Os touros, com 177cm de comprimento, 170cm de altura de posterior, 230cm de perímetro torácico e 38 cm de circunferência escrotal, ultrapassam com facilidade 1.000 kg

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